A Casa do Congado realiza neste final de semana a
finalização sobre o projeto de mapeamento da cultura de comunidades tradicionais afrodescendentes de Mogi das Cruzes. Para celebrar esta iniciativa haverá nesta
sexta-feira (23), às 19 horas, a concentração de grupos de congada na Praça do
Carmo. Em seguida, às 20 horas, no Theatro Vasques, acontece a abertura do seminário “Tradições do
Congado Mojiano – Origens, Saberes e Heranças”, com a apresentação da pesquisa.
No sábado (24), às 15 horas, haverá a apresentação dos
grupos de congada na Praça Nossa Senhora do Rosário. O cortejo seguirá até a Praça
Coronel Benedito de Almeida, em frente à Catedral de Sant’Anna. Depois, no Centro
Cultural de Mogi, que fica ao lado da matriz haverá na Sala Wilma Ramos o lançamento
do documentário “Reinado de Congos de Mogi das Cruzes”, com direção de Déo
Miranda.
O projeto começou há dois anos em convênio com o Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e tem como finalidade o
registro do Congado como Bem Imaterial e foi proposto pelo Crespial/UNESCO integrando
14 países da América Latina na pesquisa.
Segundo o historiador e coordenador da pesquisa, Odair de
Paula esta iniciativa tem uma importância singular para a salvaguarda do congado,
que se apresenta como uma expressão cultural que tem origem no período das
navegações e que mescla a diversidade cultural e religiosa de povos africanos,
europeus e americanos. “O Congado, que atualmente engloba o Moçambique, a
congada e a marujada se mostram como uma expressão cultural sincrética,
poética, devocional e musical, contendo características que remete ao passado,
mas com novas peculiaridades, demonstrando sua capacidade de reinvenção, já que
as tradições se alteram conforme o tempo e as condições apresentadas pelo meio
em que se insere”.
O projeto trouxe à tona questões como a origem do Congado de
Mogi e concluiu que ele não surgiu a partir da década de 1950, com a migração
mineira. Segundo Odair, a pesquisa revelou que o Congado no Alto Tietê é mais
antigo, com referências que remetem ao final do século XIX, sobretudo em
relação aos grupos de Moçambique, mais tradicionais que a congada e a marujada.
A presença feminina no Congado de Mogi das Cruzes foi outra
peculiaridade observada na pesquisa. As mulheres representam a maioria dos
mestres (cinco) e também maioria no total de integrantes dos grupos.
Magno Oliveira
Colaboração para Agenda Cultural
Programação:
23/09
19h - Concentração de Grupos de Congadas na Pça do Carmo
20h - Theatro Vasques: Seminário “Tradições do Congado
Mojiano – Origens, Saberes e Heranças” sobre o resultado da pesquisa (com o
historiador Jurandir Ferraz, coordenador da pesquisa, Odair de Paula, Mestre
Silvio Antônio e supervisor do projeto Déo Miranda)
24/09
15h - Cortejo de grupos de congada da Praça Nossa Sra. do
Rosário até a Praça da Matriz e lançamento do documentário “Reinado de Congos
de Mogi das Cruzes”, no Centro Cultural de Mogi das Cruzes – Sala Wilma Ramos
Foto: Danilo Duvilierz/Divulgação
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